terça-feira, 20 de janeiro de 2009

alívios nas palavras.


Existem boas e poucas palavras pra o que a gente tenta resumir de erros contínuos.
Se você parar pra analisar as pessoas estão sempre rondando os mesmos 'não acertos'.
Eu sou uma delas. É realmente incrível a minha capacidade de só 'atirar' pra o alvo errado.Não que isso seja,de certa forma, tão ruim assim. Eu sempre aprendo mas sempre termino cansada.Em um momento exato você conhece alguém, essa pessoa te dá uma vida de atenção, te escuta, te abre os olhos, tá contigo. Depois vem o padrão decepcionante. Vem a fadiga e as desculpas melodramáticas pelo simples fato de ter medo. Medo de arriscar, medo de se aprofundar em momentos ao seu lado. Isso te descompleta por alguns instantes ou até anos.
Os segundos que você passa, cada expressão ou até gesto feito significa muito. É engraçado como eu me ponho em situações que eu queria está e não tenho oportunidades, você já fez isso? É bom, é um sentimento de que você pode tudo, onde e com quem quiser. Idealizar é uma forma de sonhar e até viver. Com limites.
É por essas e outras que eu não faço questão de me jogar com tudo em cima de uma expectativa que eu quero que dê certo mas, nunca dá. Então acabo com linhas tortas e sem sentindos pra muita gente. Só que o que mais me importa é que de tudo,o pouco é intacto. Me encontro (mais uma vez) nas mesmas frases e sentidos, só que dessa vez é diferente,algo mudou nas minhas concepções. Acabo de perceber que as pernas que dançam uma hora cansam,e os braços que aquecem uma hora cedem.O sorriso pelo qual luto, não ganho,e as cicatrizes no meu rosto apenas crescem. O chão aqui embaixo não é mais macio e o ar que respiro perdeu o gosto do mar, olho pra mim e tudo que vejo é um vício quando me dou as mãos e não consigo pular.Cansei de ouvir sempre a mesma coisa e de ver sempre o mesmo final repetido:
"olha, você será sempre muito especial,mas acho melhor sermos apenas amigos."
Ora faça-me esse favor.Melhor deixar que os gestos concretizem o que essas repetidas palavras querem me dizer. ''No excuses''.
E o eterno retorno me prega peças agora, me empurra do céu enquanto eu olho a lua.
Pois sempre que sonho alguém me acorda pra dizer:
"me desculpa amor, mas eu estou muito confuso."
Eu vejo que é melhor eu me danar por cá e começar a ouvir pelo rádio as colunas desabarem,pois dentro de casa não me sujo mais de pó,do lado de cá não sei mais o que eles sabem,mas não me sinto sozinha mesmo estando só. Não TENDO MEDO nunca pude ver o estrago feito nos olhos enquanto eu estava vendada,acho que esse foi o preço. Daqui pra frente vou planejar todos meus passos,mesmo que isso não seja tão bom assim, mas agora parece que os sonhos não valem mais nada, só os fatos (será?).
Não acho mais sangrar tão válido e não me sinto mais completa ao chorar.
Sabe, hoje o amor me olhou sorrindo,e eu desisti antes mesmo de tentar.
O abismo agora não passa de um vazio e morrer não é mais tão encantador,
e se for pra morrer agora, que eu morra de frio, pois não estou achando mais tão bonito sentir dor.Cansada, tiro as vendas,por um pouco mais de paz.
E mesmo aparecendo o mais belo precipício,eu não me jogo mais.
A propósito,não foi num dia assim,numa hora dessa,
sob uma lua como aquela,numa música que nem a nossa
que você disse que aqui estaria? Combinemos! Nunca diga mais nada, afinal,
será mesmo dessa forma meus tristes braços em volta,de um corpo que não sabes vestir.
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sábado, 15 de novembro de 2008

eu vim até com o amor...



Se voltar desejo ou se ele for o mesmo, lembre da nossa música (...)
Depois de um ano eu saberia que ia está desse jeito, não talvez como esteja mas sabia que ia ser assim de alguma forma.
Alguns debotados outros ficam iguais mas, aquele momento nada mais volta. E mesmo se voltasse o que poderíamos fazer se todos nós mudamos né? Absolutamente nada. Sabe,às vezes me questiono porquê isso. Essas voltas são boas mas ao mesmo tempo tão doloridas.
Mas do que seria nossas vidas sem as lembranças? É,saudade é melhor que caminhar vazio. Hoje uma sensação indescritível tá tomando conta do meu coração. Um ano depois da minha formatura. Bobagem? Já foi? É,queria pensar friamente e racionalmente dessa forma, acontece que o que eu vivi só eu sei.
As emoções que eu senti, as lágrimas que derramei ninguém pode saber ou tentar descrever, só meu eu e eu do eu. 'Nosso suor sagrado era tão mais belo que esse sangue armago, e tão sério e selvaaagem...'
Bom, não tem como eu querer definir ou transcrever o que se passa aqui dentro, é algo estranho.
Não acredito que eu to exatamente onde era pra eu está. Sabia que depois de um ano eu faria isso que faço agora,exatamente igual.
Esse embalo nostálgico só me leva a mais saudade e querer uma volta no tempo, ui! Se eu pudesse parar no tempo.. Mas,não dá e nem deu...
Não quero me limitar a definições, tá tudo guardado aqui dentro do meu peito e eu só sei expressar com lágrimas. É uma dorzinha chata, uma vontade de por um dia,voltar.
'Eu trocaria a eternidade por aquela noite'. Foi tudo mágico, meu terceiro ano foi lindo. Não, isso não significa que eu não esteja bem onde eu estou (isso são coisas que eu não entendo), mas a pureza de um momento, o conforto de um sorriso e um abraço em seguida, os olhares estimulantes, as palavras de amigo, minhas companhias diárias que hoje não passam de um mero 'oi' e um simples recado,como eu já sabia é o que me faz escrever desse sentimento.
São recados vazios, que não dizem nada do que fomos juntos.
É um sentimento forte que nos uniu e eu sei que em algum lugar no tempo, ainda estamos juntinhos. Isso que me traz aqui.
2007 FOI ÚNICO. Meu terceirão também, podem passar anos, eu sempre estarei aqui nesses dias relembrando pra viver,afinal, o que seria de mim sem isso?
O que eu senti, fui eu que vivi e nada me ajuda a diminuir a saudade que aperta.
Sou inflexível nesse aspecto mesmo e não to nem aí.
Não queira designar alguma lógica para as coisas vindas do coração, só saiba que você, se em algum momento da sua vida,mesmo que mais simples, sentiu saudade, com certeza sabe também do que eu to falando,de uma forma diferente porquê os sentimentos são únicos em cada um de nós mas, a idéia é a mesma.
Cada um com sua caixinha,como dizia Fernando Pessoa e não importa de que forma você se expresse, você sentiu do seu jeito e no final de tudo isso que importa e faz você viver e não existir apenas. É, eu to com saudade hoje e acho que não é uma febre que vai passar tão rápido assim. Não é razão,é sentimento.
Ele me guia e ele me faz, esse de vez em quando pode ser o problema mas, não arrependimento, não isso!
E talvez se a gente soubesse do que vinhesse a acontecer, tivesse paralizado mais os detalhes... Deixa isso pras fotos.
' UM INSTANTE DE FELICIDADE QUE VALERIA PRA UMA VIDA INTEIRA' :~



é momento.
eles trazem essas recaídas mesmo.
é, me ensinaram a saudade e agora eu posso ouvir esse som...
sinto muita falta deles.
e principalmente do brilho que eles me passavam.

(eterno.)
"o tempo não pára, a saudade que pára no tempo".
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

E qual o nosso verdadeiro valor?


"Homus Lopus homus." Assim como definiu a espécie humana naquela época, Thomas Hobbes precisaria de uma definição individualista para nosso mundo atual. O homem é lobo do homem, já dizia o filósofo, o que na verdade, só podemos vivenciar (com mais intensidade) hoje em dia. O ser humano possuí sim, a necessidade de liderança e de impor-se aos demais. Até quando conviver com esse egocentrismo? Umas busca infindável para a qual está dentro de nós mesmos. A nossa sociedade quer e precisa adquirir ética.De fato,não podemos negar que, se não houvesse divisão nos trabalhos ou cargos estabelecidos nas empresas (por exemplo), haveria uma desorganização social podendo nos levar à ruina. O que ocorre é a sede do reconhecimento e sucesso, que a maioria de nós temos. Queremos sempre o melhor posto,precisando sentir-se permanentemente no 'brilho', gerando assim o individualismo e deixando de ser uma simples mudança nos cargos. É um desejo sem argumentos lógicos, costumamos chamá-lo de insinto. O que não percebemos é que esse nosso egoísmo está,cada vez mais, destruindo nossa própria geração. O ser humano precisa da ajuda do próximo e não procurar isso como troca de favores, e sim solideriedade. Precisamos, claro,de uma meta,como já dizia o poeta Graciliano Ramos: "Sertão é ver->EDAS", é ter projetos, é alcançar os objetivos desejados, caminho certo para nossa realização humana. Isso não significa concorrência ou prejudicar o adversário.
Quem é talentoso e competente vai ser 'reconhecido' em qualquer circunstância. O sucesso não depende,unicamente, de um cheque farto ou cargo máximo, ele está na maneira em que agimos para alcançarmos nosso melhor. Depende,exclusivamente, da nossa trajetória realizada com ética e valores morais. O mau desse mundo capitalista em que vivemos é o não reconhecimento da riqueza interior. Visamos, muitas vezes ao nosso 'eu', não percebendo dessa forma o quanto precisamos do 'nós'. A melhoria da sociedade é a utilidade que precisamos pra o bem da nossa própria vida, na maioria dos aspectos.
O individualismo não se é 'amor próprio', afinal, amar-se a si mesmo é amar ao próximo.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

eles sempre são os que estão até o fim.


Família.Foi o que eu não parei de pensar durantes uns dias. Desde do amanhecer até colocar minha cabeça no travesseiro, só ela me veio aqui. É incrível como uma família será sempre um homem e uma mulher mais sua prole, que continuarão a caminhada,sejam quais forem os rótulos que sobre eles se abatam.
O caráter inicia-se e consolida-se em casa,através dos pais, a quem cabe dar limites, orientações e, principalmentem exemplificação. A base é tudo, embora muitas pessoas estejam esquecendo disso, é exatamente o que nos guia e nos dá motivos para 'vivermos' e não apenas 'existirmos'. É estranho, o exemplo dado ao filho não é apenas mais uma técnica psicológica. Muitas pessoas definem família como aspecto fundamental na personalidade das mesmas, sejam adultas ou jovens.
A formação e o bem-estar de um lar é composto de: RESPEITO, EDUCAÇÃO E DO NOSSO VELHO AMIGO DE SEMPRE, O AMOR!
O caminho é o da educação, entendida agora como facilitação do aprendizado, para que as pessoas, em especial os jovens, incorparem na prática diária o respeito e o amor à família. É preciso a reflexão de que a falta de educação, no sentido que aqui está sendo exposto, significa principalmente e, acima de tudo, falta de amor. Quem não respeita seu semelhante, efetivamente não o ama e vice-versa.
O que caracteriza de fato uma família é o exemplo junto aos seus fatores fundamentais, sabendo assim que o segredo de um lar feliz deve-se efetivamente aos integrantes que o constituem. Por isso, deve haver interação direta com o exemplo exposto dos pais e o amor ao lado do respeito por eles demonstrados para os filhos,, que via de regra devem receber e passá-los aos demais familiares, havendo assim uma troca postiva de experiências. Pedro Bial faz uma citação interessante quando se refere aos irmãos: 'Tratem bem seus irmãos pois eles são sua melhor ponte com o passado e quem CERTAMENTE lhe apoiará no futuro.' Pois bem, ele tá coerentemente certo, o que nos faz sentir completo é justamente isso...
Essa certeza de segurança e amor acima de qualquer valor ressaltado,de qualquer situação ou falha. Amor é palavra que liberta e o que se é sentido do fraterno, paterno e materno são,sem dúvidas, ETERNOS! Família significa nunca abandonar ou esquecer, viva bem com eles, não os torne 'fami(ilhas)', acredite, não vale à pena. Compartilhe seus sentimentos. A perfeição não existe quando se trata de família, digo, não precisamos ser perfeitos pra eles, ninguém busca tal característica,porquê afinal, eles nos amam com o amor mais verdadeiro possível e quando se trata dele, a única visão que se passa é a de crescer diante de qualquer circunstância.
É ser você.

sábado, 8 de novembro de 2008

Por que usar a filosofia?


Lidar mais serenamente com as adversidades, enfrentar com coragem os desafios, viver melhor e sofrer menos. Numa definição magistral, o sábio francês Montaigne definiu a filosofia como a “arte de viver bem”, embora o que não se usa na prática é jogado no lixo. Alguém definiu os filósofos como os eternos amigos da humanidade, já outros acreditam que o homem sábio cuida do dia de hoje e basta; A verdade precisa falar uma linguagem simples, sem artifícios.
Cada ser humano,seja ele intelectual ou iletrado, é uma grande pergunta em busca de uma grande resposta. A filosofia perguntou muito ao longo dos milênios enquanto a psiquiatria, por ser jovem, perguntou pouco e respondeu rápido, quem responde com respostas efêmeras, corre riscos enormes, quem despreza a dúvida paralisa sua inteligência. O mundo da ciência está preocupado com sua própria evolução, enxergando unicamente a razão e esquecendo que existe um mundo complexo cheio de necessidades intrincadas, o bem que faz um diálogo, o confrontar das idéias...
A verdade é que vivemos em um mundo de incertezas (pelo menos pra mim é), onde o ser humano raramente compartilha seus sentimentos com os demais. No fundo, todos são abraçados por alguns tentáculos de solidão, uns com maiores doses outros com goles, mas todos têm. Alguns falam muito, mas se calam sobre aspectos íntimos de suas vidas. Isso me fez refletir e chegar a uma conclusão em que alguns tentáculos de solidão levam a reflexão, mas a solidão radical estimula a depressão. As pessoas estão sofrendo a era da informação e tecnologia, que apesar de seu salto, não resolveu os problemas humanos fundamentais. A ciência é um produto do ser humano e não um Deus ou filósofo, que ao contrário de máquinas e razões objetivas, agem com sabedoria e respostas cautelosas, buscando uma finalidade completa ou perto do que precisamos ouvir pra existir e não viver apenas.
Infere-se que a filosfia é necessária para o bem-estar das pessoas,entretando elas sofrem com o início da “cultura moderna” onde as respostas são apresentadas de maneira rápida, incompletas e incapazes de preencher o vazio que todos temos.
A sensibilidade que se precisa para reconhecer tal valores são, muitas vezes, inatingíveis mas, isso já é outra história...

yes, we can!




Eu tava parada analisando o acontecimento que presenciei.
Dia 4 de novembro de 2008, não é uma data qualquer.Não, não estou falando de que nunca acreditei na eleição de um presidente negro, eu estou querendo me referir a o que esse marco representou no meu sentir-se “grande”, eu pude ver ao vivo o que muitos dos meus posteriores irão ler em uma nova edição de um livro de História qualquer. É, eu vi. Consegui acompanhar passo-a-passo a caminhada de Barak Obama até a Casa Branca. Acredite, isso não é um fato qualquer.
O mais engraçado é que eu sempre acreditei que embora do partido democrata e possuidor de um pigmento causador de tantas polêmicas (o que na minha concepção isso não é lá de tanta “importância’’ para a exercer qualquer cargo,seja o de um presidente à um vendendor da loja mais carente em uma esquina de um bairro pobre,afinal, igualdade é um lema que sempre quis impôr e acreditei ser o ingrediente chave para um mundo melhor). Eu sempre achei que ele iria conseguir está ali em cima, exatamente como foi. Falando palavras novas, enchendo não só a mim, como a o mundo inteiro de esperanças.
Sempre em frente! “yes,we can” já diz seu lema...
Nós podemos mesmo? (...) Ele através de nós,conseguiu. E isso fez parte de uma só linha de raciocínio.
Não sei o que isso significa mas, só sei que já está acontecendo e diante dos meus olhos, o que me assusta um pouco. Aliás, até sei um pouco do que isso vai causar e já tá causando mas, quero me referir ao que ele irá representar e como irá fazer isto. Os EUA representam o centro do mundo, querendo ou não e o que ele faz ou pensa interessa diretamente para toda uma civilização, já que o mundo é um mundo só, deixando de lado as diferenças ou até mesmo a forma de comunicação divergente. Digo comunicação porque é uma das formas mais clássicas para haver contato e a mesma é essencial na formação de qualquer idéia ou atuação em diferentes pontos de vistas.
A língua falada por todos os seres humanos é única, sem reestrições, o que todos clamam é algo que nos acrescente e nos faça crescer como essa espécie. Logo, não adianta querer ou achar que o “nosso mundo” é de responsabilidade total desse novo símbolo, a verdadeira potência mundial somos nós mesmos e tudo que fazemos ou pensamos, embora nem sempre concreto, é o que realmente importa.
Existem idéias que são escanteadas e não tão vistas mas, no final são sempre idéias. Tenho plena consciência que ele não vai mudar o mundo em geral,ninguém consegue, porém, pode acontribuir para a formação do meu eu e do mundo em que eu acredito está incluída. Então me questiono até que ponto Barack Hussein Obama que é um político dos Estados Unidos da América, eleito o 44º presidente de seu país, pelo Partido Democrata,irá influenciar na minha vida? É, ele é parte do que eu quero saber, está,sem dúvidas,incluído dentro das minhas formações como ser humano,não ele, mas o que ele representa a partir de agora exercendo cargo.
Afinal, se o sistema implanta alguém que possa reverter o quadro de uma crise mundial, por quê não resolver o meu quadro também? O problema é que a vida em sociedade é contada muitas vezes como “o que a maioria pensa, é o que vale” mas isso já uma outra questão que não vem ao caso...Não por aqui, não agora.
A eleição de Obama me fez concretizar que realmente “Os EUA ainda são um país em que tudo pode acontecer”. É pôlemico e questionador como um pigmento muda as pessoas, isso é hipocresia! Não consigo aceitar que tanto barulho é resultado de PRINCIPALMENTE a cor do eleito. O mundo é mesmo um sonífero, é mesmo um cômodo. Pretendo somente perguntar se nós, pessoas, indivíduos, aqueles que amam, aqueles que sofrem, enfim, qualquer um dito ser humano,ter a consciência de que a mudança só é estritamente possível se nós realmente trabalharmos, vivermos e lutarmos por ela,não seria assim possível nossa realidade "realmente" mudar?! É, as respostas ficam em reflexão e acredito eu, que muito escondida. O que não mudamos é nós mesmos e como nossas ações são as principais partes desse todo chamado “planeta”, temos o “mundo” em nossas cabeças e não fazemos nada para que isso evolua, até fazemos, mas a dimensão do que se é posto em cima é maior que qualquer idéia vaga soltada em uma conversa casual entre você e alguém que acredite e até concorde nas palavras soltas que tens a dizer. Então me surgem questionamentos que não são tirados só pela ‘eleição de primeiro democrata negro do mundo’, me surgem dúvidas sobre o que, nós somos e representamos. Fugindo um pouco do foco “eleição” de forma direta,abro um novo tópico,algo que não consigo entender e me questiono sempre:

Vejo muita gente citando Deus e/ou qualquer outra força que se assemelha ser tão mais forte que nós mesmos. O poder de mudar algo que não nos agrade, como a probeza, fome etc, em minha ótica ignorante e cordialmente suplicante, está em nós - como tentei implicitar acima. Observe: acredito fielmente (quem sabe o motivo do meu erro de raciocínio?) que a realidade cotidiana, aquilo que a gente vê com os olhos, raciocina com o cérebro e sente com o coração nada mais é, nem nada mais foi, do que a realidade criada pela nossa mente. Concordo, há toda uma filosofia por trás disso. Descartes, por exemplo. Porém não quero me perder por aí.
É tudo uma forma de comprovar o que é.

1) Você está lendo esse tópico. Palavras bem colocadas (humildemente acho eu) mas, o que você fez para mudar a sua realidade hoje? Okey, uma "boa ação". Mas será que atravessar uma velhinha na rua ou dar esmolas para escutar um "Deus te abençoe" é verdadeiramente construtivo?
Não! (se você pensou a resposta contrária nem continue lendo, já perdeu a minha linha de raciocínio).


2) Alguma vez, em sua harmoniosa vida, você já procurou mudar de forma efetiva alguma realidade que não lhe agradasse (lembre que é da pequena à grande ajuda que nós ajudamos o mundo), por exemplo, se inscrevendo em uma campanha de ajuda humanitária ou disperdiçando seu glorioso tempo promovendo sorrisos, educação ou saúde para aqueles que não conhecem o mesmo conforto que você?

Não! (consegue entender o que estou dizendo?).

Então me ajude! Porque a meu ver,Deus não é bem a solução e imagina então um ser mortal? Acho que acima de tudo (o que não despreza a crença em algo Superior ou de algum partido) a mudança está em nós. Se você, que leu isso aqui, começar a mudar algo amanhã. Ótimo, uma nova mudança (sua) começou aí. Se só pensou? Não se sinta isolado, 99% também também só farão isso.

Isso que muda o mundo e o que ele representa em nossa existência. São essas ações que me fazem duvidar até que ponto o ser humano é capaz de contribuir para um mundo “realmente melhor”,independente de quem está no poder ou que cor ele tem. São valores, eles fazem parte de todos. Mas não sei ao certo se todos fazem parte deles. E aí é que vemos o que muda.
É mais ou menos nesse tópico que entram as dúvidas, que só aumentam, é que só crescem e o pior, sem respostas convincentes...Por mais que apresentem para mim dados e conquistas, o que preciso são de provas de que um mundo pode sim, me surpreender sempre mais e de uma forma não tão clichê, sem banalidade ou mudanças radicais para serem perceptíveis. É dessa história que eu me orgulharia de um dia contar, para os meus netos e até bisnetos. De uma história onde o meu "eu" não tenha escapado e o "nós" tenha me feito um pouco do que acredito ser. É dessa igualdade que eu to tentando, em mil formas, expressar. E é assim que me sinto na utopia.

(Exatamente assim.)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

vidas invisíveis.


Frente ao atual panorama da violência em Pernambuco, os alunos da Universidade Católica puderam debater junto ao repórter especial do Jornal do Commercio,Eduardo Machado sobre uma antiga vertente cada vez mais ignorada pela sociedade.
Machado realizou uma pequena amostra do que viria a relatar no último domingo,31 de agosto, em seu caderno. O tema abordado se fez exclusivo pois relatou de forma diferenciada a criminalidade em Pernambuco. O repórter expôs em dados estatísticos e humanos como está a situação e em que posição encontra-se o Estado no índice de mortalidade.
A reportagem publicada afirmou que Recife é a capital campeã em homicídios e que curiosamente os mesmos não chocam mais uma grande parcela da população. Assim como que o nosso Estado,em 2006,teve mais crimes do que na Espanha,Bélgica e Suiça somadas. O clichê de que os perfis dos assassinos e assassinados fazem parte de uma classe menos abastada é completamente verossímel. A questão relatada não é uma forma de visão comodista. Segundo pesquisadores dos 1.424 homicídios ocorridos entre jovens, de 10 a 19 anos, na cidade de Recife de 1998 a 2004, 93% residiam em áreas precárias do Estado,onde os parâmetros de saneamento básico,moradia,alfabetização entre outros,eram insatisfatórios ou intermediários.
Onde estaria a justiça e igualdade tão lutadas por povos antigos? Por que não dar prioridade aos “joãos ninguém”? Surge então o silêncio. Será que realmente alguém se importa? Existe uma falha não só da parte de quem compõe o Estado em quaisquer de seus poderes - Legislativo, Executivo ou Judiciário – como também da sociedade, já que ambos são de extrema importância na fixação da eliminação dos problemas sociais. A ausência de garantia a uma vida digna traz uma carência nas condições,principalmente,
dos mais necessitados visto que não recebendo tal apoio, sofrem muito mais a consequência de todo esse caos. A “matança” cada vez mais gradativa e mesmo que notável não é vista como deveria ser pelas pessoas, culminando em uma espécie de aceitação tácita de que alguns nascem para morrer de forma brutal e que nada pode ser feito,assim como evitando um trabalho conjunto para reverter esse quadro em que vivemos atualmente.
De uma vida sem herança a uma morte sem vestígios foram abordados casos de mães que buscam,incansavelmente, o corpo de seus filhos, que para a maioria “não passa de mais um pacote no meio de tantos”. O fato de eles serem indigentes para grande parte não ofusca a realidade em que suas mães se encontram: incansáveis na busca por um adeus digno em um simples velório. Seria esse um país de todos? A realidade dita fria e cruelmente que “não”.
Um cenário banal da morte,onde só quem morreu é que se acabou,já que, para todos nós a vida continua. Como alguém que não possuí se quer a possibilidade de desfrutar o verbo “viver” pode assim “morrer de verdade’’? Afinal, quem não se enquadra em uma condição significativa de ser tratado como um real ser humano,não pode sentir o peso que a ausência de sua existência pode vir causar,já que não se viveu como deveria. Sem escolhas, eles apenas margearam a existência.
“Não é um fenômeno brasileiro ignorar o sofrimento das classes menos favorecidas” afirmou o sociólogo Luís Carlos Fridman. Assim como ele, muitas pessoas concordam com esse pensamento porém, paradoxalmente, se mostram passivos quando ações de extermínios dos mais pobres acontecem. Não existe o certo ou o errado,existe o melhor para todos nós, portanto, as vítimas e os acusados são consequências de uma má estruturação que nos traz uma herança trágica. Esses jovens que têm suas respectivas vidas retiradas de forma repentina e por razões desconsideráveis são só os resultados de falhas contínuas em que todos nós atuamos.

Em “vidas invisíveis” vale ressaltar também que foram publicados os trechos de diários de dois meninos e duas meninas que relataram momentos de suas rotinas. O tempo de posse desses diários dado pelo Jornal do Commercio a cada um desses jovens foi de exato um mês,duração essa suficente para mostrar uma realidade profundamente maior do que os nossos conceitos como telespectadores são capazes de intuir. “As pessoas não se importam com esses jovens. Ninguém enxerga eles como seres humanos.São pessoas carentes de tudo, principalmente de dignidade. Enquanto continuarmos ignorando que fechar os olhos para eles é nos condenar a viver com o medo, nada disso vai mudar” avaliou o educador Demetrius Demétrio que coordena a ONG Comunidade Pequenos Profetas.
De um lado, sonhos e expectativas, do outro, agressões juntamente com triste desprezo, todos passados em linhas, que além de tentar retratar o cenário cruel da falta de oportunidade, teve como objetivo principal um “forte grito de alerta.” Dizer que a violência e a indeferença não passam de um problema inexorável é o mesmo que falar em “ uma fuga do mundo de que participamos”. Embora não esteja tão aceito, os maiores violadores dos direitos humanos não são aqueles que estão, por exemplo, na prisão e sim os que possuem as chaves dela. A esperança de uma reviravolta desse triste episódio em Pernambuco está inicialmente no sentimento de que essas chaves não estejam nas mãos dos únicos capazes de reverter esse quadro,ou seja, nós mesmos.